Anualmente no dia 02 de dezembro comemora-se o dia Nacional do Samba, um dos patrimônios culturais brasileiro.
Uma data ímpar para a nossa cultura, festejada em todos os cantos do Brasil.
Um movimento popular que se identifica com o nosso povo e identifica-o dentro e fora do nosso país.
História do Samba
É considerada uma dança cultural de origem africana, compasso binário e acompanhamento sincopado. Desde sua implantação no Brasil, sofreu inúmeras transformações. Inicialemente era nome de festa, farra, briga. Depois qualquer música era denominada como samba, quando na maioria das vezes eram chôros, tanguinhos, lundus e mais ainda, maxixes. Noel Rosa em 1930 dizia "Com que roupa, eu vou, ao samba que você me convidou, realmente era sinonimo de festa. Em 1933, no samba "Feitio de oração", música de Vadico, Noel diz: "Vou mandar minha morena à Penha, para cantar meu samba em feitio de oração", já não é mais festa, é música. Heitor dos Prazeres, compositor, instrumentista e pintor, autor de "Pierro apaixonado", em parceria com Noel Rosa, dizia que desde criança ouvia de pessoas mais velhas e entendidas no assunto, que samba era uma divindade ou figura africana de macumba, do candomblé ou de outra linha. O verdadeiro samba surgiu no início da década de 1930; aleatóriamente "Faceira" de Ary Barroso, cuja letra diz, "foi num samba, de gente bamba, que eu te conheci faceira, fazendo visagens, passando rasteira"; "Lenço no pescoço", de Wilson Batista, gravado em 1933, e que diz "Meu chapéu de lado, tamanco arrastado, lenço no pescoço, navalha no bolso". Ary Barroso dizia que "samba que é samba, tem que ter telocoteco", "Pelo telefone" , de Ernesto dos Santos (Donga) é considerado geralmente o primeiro samba gravado em disco, e isso porque o primeiro samba foi gravado em 1917, que fez sucesso-disco Odeon com o bahiano e côro. Em 1914 em "A viola esta magoada" de autoria de Catulo, gravado pelo mesmo bahiano, Odeon 120.445, consta no selo o gênero do samba. No entanto por volta de 1911, a casa de Faulhaber lançava um disco com o título "Samba em casa de bahiana", gênero partido alto, e não samba, executado por um conjunto instrumental, que significa festa em casa da baiana. Na revista "Veja" nº 327, de dezembro de 1974, Maurício Quadrio, fundador do Museu da Imagem e do Som, relata a descoberta de um disco Odeon 10063, gravado em 1904 pela atriz Pepa Delgado, com o título "Um samba na Penha" e neste caso também empregado como sinonimo de festa. Na mesma discografia brasileira, vol. Pág. 343, consta um disco Columbia 11.778, gênero samba, denominado "Brasilianas". Porém na pág. 335 do mesmo vol. 1, consta outro disco Columbia 11.573 gênero samba, denominado "Michaela", gravado pelo Sr. Bartlet e côro. Este sim, seria o primeiro samba gravado em disco, editado pela Columbia entre 1908 e 1911, cujo exemplar encontra-se na Casa Lacerta, em Lapa/PR, do IPHAN, onde acredita-se, ser talvez o único existente no Brasil. (Registros Casa Lacerda Lapa/PR).
Motivo de a data ser em 2 de dezembro
Há um conto que diz que a data teve como inspiração Ary Barroso, compositor de "Aquarela do Brasil". O músico teria feito uma letra que exaltava a Bahia, sem nunca ter visitado nenhuma cidade baiana.
Mas na primeira vez que ele pisou em Salvador, em 2 de dezembro de 1940, o vereador baiano Luís Monteiro da Costa aprovou uma lei que declarava que aquele dia seria o Dia Nacional do Samba, numa forma de homenagear o compositor.
A música que originou a homenagem a Barroso foi "Na Baixa do Sapateiro", de 1938. A partir desse acontecimento a data tornou-se o dia do samba. Em 1963 foi instituído o Dia Nacional do Samba pelo governo brasileiro, oficializando-o como celebração ao mais claro traço sócio-cultural de nosso povo. Desde 1972, a data é comemorada nas ruas e praças, se tornando assim o dia de todos os bambas.
Nem é preciso explicar o que é o samba para a vida dos brasileiros de todas as classes. Aprendemos a admirar compositores, cantores, sambas-enredos, escolas de samba com olhos de orgulho por ter tão perto um gênero único. Até os musicalmente elitistas se curvaram ao samba. A Bossa Nova é um movimento embasado no samba. Heitor Villa-Lobos, maestro maior da música erudita nacional, teria dito sobre a métrica musical de Cartola: "Está tudo errado. Mas é tudo lindo".
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